Entre os Muros da Escola
Não é de hoje que sabemos que a relação aluno-professor não é fácil. A escola é uma das primeiras noções de sociedade que conhecemos, e sempre surgem dificuldades de convivência. O longa-metragem francês “Entre os Muros da Escola”, baseado em livro homônimo de François Bégaudeau (que interpreta a si próprio), relata as experiências de um professor de literatura em uma escola de ensino médio na periferia de Paris.
O filme (que venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2008) do diretor Laurent Cantet, aborda de forma realista os desafios de se conviver com diferentes pessoas dentro da sala de aula.
Lá estudam jovens de diferentes nacionalidades, causando sempre um choque de costumes e percepções do mundo. François mostra de forma crua, a visão francesa das diferenças culturais dentro do limite de uma turma escolar, e não impõem nenhuma “boa moral”.
No meio de tanta divergência de opiniões, o professor age apenas como um ser humano normal, sujeito a falhas, querendo a muito custo ensinar algo de bom aos seus alunos. Não são apenas lições de gramática, mas também de vida.
É possível identificar vários estereótipos dentro da história, que não deixa de ser uma fotografia da realidade. Existe o bagunceiro, o brigão, a representante de turma, o tímido etc. Todos eles tem uma história de vida pra contar, mesmo tendo entre 13 e 15 anos, como no trabalho de autorretrato sugerido pelo professor.
O elenco foi todo composto por atores não profissionais, os estudantes e os professores. É como dizer que os alunos interpretaram a si mesmos, mas dentro de um roteiro programado, embora em muitos momentos, a improvisação fosse aceita, dando mais veracidade às filmagens.
“Entre os Muros da Escola” mostra a missão de um professor, que deseja quebrar as barreiras entre quem dá aula e quem assiste, porque nem sempre é o aluno quem aprende. Com um texto sutil, direto e claro, o filme envolve quem reservou duas horinhas de seu dia pra ver o diário de uma turma de adolescentes, e acabou se surpreendendo com tanta realidade, percebendo que o mundo cabe sim dentro de uma sala de aula.
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